Durante o verão, foi revelado que a Disney+ iria seguir a Netflix e que iria tomar medidas para combater a partilha de passwords, e foram enviados emails com os termos de serviço atualizados para subscritores do Disney+ em vários países, incluindo Canadá e Reino Unido, antes do lançamento do nível suportado por anúncios em novembro, informando-os de que a partilha de contas será mais restrita.
Durante anos, a Disney e outros serviços de streaming fecharam os olhos à partilha de contas, mas com o foco em obter mais lucro, as coisas mudaram. As informações mais recentes da empresa de análise de dados, Kantar, mostram por que a Disney+ está a tomar medidas, uma vez que estimam que até 30% dos utilizadores da Disney+ partilham atualmente as suas contas com outras pessoas.
É por isso que a Disney agora está a visar esses utilizadores que estão a usar contas de outras pessoas, idealmente movendo-os para o seu próprio plano suportado por anúncios, o que faz com que a Disney ganhe muito mais dinheiro. A Netflix tem tido um enorme sucesso com esta campanha para aumentar os subscritores que anteriormente usavam contas de outras pessoas.
Os recentes emails de termos de serviço da Disney+ afirmam:
"Partilha de Contas. A menos que seja permitido de outra forma pelo seu Plano de Serviço, não pode partilhar a sua subscrição fora do seu agregado familiar. "Agregado Familiar" significa a coleção de dispositivos associados à sua residência pessoal principal que são usados pelas pessoas que lá residem. Podem aplicar-se regras de utilização adicionais para determinados Planos de Serviço. Para mais detalhes sobre a nossa política de partilha de contas, visite o nosso Centro de Ajuda.
Poderemos analisar a utilização da sua conta para determinar o cumprimento deste Acordo. Se determinarmos que violou este Acordo, poderemos limitar ou terminar o acesso ao Serviço e/ou tomar quaisquer outras medidas permitidas por este Acordo (incluindo as estabelecidas na Secção 6 deste Acordo).
Será responsável por qualquer utilização da sua conta pelo seu agregado familiar, incluindo o cumprimento desta secção."
Obviamente, houve alguma resistência à restrição da partilha de contas, o que pode resultar numa redução de subscritores, mas como vimos com a Netflix, as perdas são muito menores do que a quantidade de pessoas que se inscrevem, porque estavam habituadas a ter acesso, possivelmente durante anos.
Surgiram questões de muitos pais, cujos filhos estão na universidade noutras cidades ou com famílias separadas em duas residências, sobre como estas novas restrições os afetarão. Infelizmente, até a Disney+ ativar as suas novas políticas para começar a combater esses problemas, é difícil ver como as novas regras serão aplicadas.
Desde o lançamento inicial da Disney+, existiam restrições para garantir quantas pessoas podem fazer streaming ao mesmo tempo, com um limite de quatro streams simultâneos (quantas pessoas podem fazer streaming ao mesmo tempo); no entanto, a Disney raramente aplicou esta restrição. Mas com o nível suportado por anúncios, reduziu esse número para dois e também está a introduzir um novo nível "Standard" na maioria dos países, que também permite apenas dois streams simultâneos. Isso reduzirá a quantidade de vezes que uma conta pode ser usada realisticamente ao mesmo tempo.
Assim que a Netflix mostrou que poderia aumentar o número de subscritores e aumentar quantas pessoas se inscrevem no nível suportado por anúncios com a sua campanha contra a partilha de contas, era apenas uma questão de tempo até que os outros serviços de streaming fizessem o mesmo.
Em Portugal ainda não foi anunciado o fim às partilhas de passwords.
