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Disney e Netflix criam postos de trabalho focados em Inteligência Artificial

Tiago Silva, 28 de julho de 2023 06:46

O papel da inteligência artificial (IA) no entretenimento emergiu como uma questão sensível durante as greves dos Sindicatos dos Argumentistas (WGA) e dos Atores (SAG-AFTRA), impulsionadas por várias preocupações, incluindo questões sobre compensação.

Segunde informações avançadas pelo The Hollywood Reporter, os atores temem que as suas caras e vozes sejam usados ​​repetidamente, sem pagamento adequado ou aviso prévio, enquanto os argumentistas temem que grandes modelos de linguagem (LLM) como o ChatGPT sejam utilizados ​​para escrever ou reescrever guiões, prejudicando as suas carreiras e os seus futuros na indústria. Enquanto a futuro da IA em Hollywood é incerto, os grandes estúdios e serviços de streaming estão a começar a contratar especialistas em inteligência artificial para entender como a tecnologia pode beneficiar os seus negócios.

Um exemplo é a Disney, que encontra-se a criar vários postos de trabalho focados em IA e machine learning, com destaque para a sua equipa "Imagineering", responsável por transformar a Disneyland e o Walt Disney World em atrações famosas ao redor do mundo. Essas oportunidades envolvem explorar o potencial da IA e trabalhar com outras organizações para integrar as mais recentes tecnologias.

Outra empresa interessada é a Netflix, que procura um Gerente de Produto de IA com salário para cima dos 900 mil dólares por ano. A plataforma tem várias vagas relacionadas à IA e machine learning em diferentes áreas, como videojogos, pesquisa e experiência do cliente.

Outros gigantes do entretenimento, como Amazon, Apple, Sony e Warner Bros. Discovery, também estão a investir em IA para melhorar a criação de conteúdo, serviços ao cliente, análise de dados e outras aplicações.

Essas contratações ocorrem mesmo durante uma redução de empregos em outras áreas das empresas. Por exemplo, a Disney recentemente demitiu 7 mil funcionários. No entanto, os empregos relacionados à IA parecem ser uma exceção, dado o interesse das empresas na tecnologia.

Os trabalhadores estão preocupados com a entrada da IA na indústria do entretenimento, pois temem que as inovações tecnológicas reduzam as suas oportunidades de emprego. Eles pedem restrições rigorosas para proteger os seus meios de sobrevivência. Por outro lado, os executivos, como é o caso de Bob Iger da Disney, reconhecem o potencial da IA no futuro do entretenimento. Eles acreditam que a tecnologia pode melhorar a narrativa e beneficiar a sociedade.

A corrida pela inteligência artificial ainda está nos seus estágios iniciais, mas é evidente que os responsáveis pela indústria do entretenimento querem explorar o seu potencial. Apesar das preocupações dos trabalhadores, a IA parece destinada a desempenhar um papel significativo no futuro de Hollywood.