O filme de drama histórico A Zona de Interesse, realizado por Jonathan Glazer, mergulha na vida de Rudolf e Hedwig Höss, destacando as contradições entre o conforto luxuoso da sua casa e os horrores dos crematórios em Auschwitz. Mas, afinal, a casa retratada no filme é real?
A resposta é sim, e ao mesmo tempo, não. Na realidade, Rudolf e Hedwig Höss viveram numa casa de dois pisos perto do campo de concentração de Auschwitz. A casa original ainda existe, embora pertença a uma família diferente. Para a produção do filme, a equipa escolheu uma casa próxima, renovando-a meticulosamente para representar a mansão do casal Höss.
O diretor de produção, Chris Oddy, descreveu a abordagem como "forense", baseando-se em visitas à mansão original, pesquisas extensas e até no relato gravado de uma empregada de limpeza da época. O resultado é uma recriação autêntica que captura a atmosfera da década de 1940, incluindo detalhes como corrimões estilizados e uma decoração que reflete a modernidade da época.
A proximidade da casa com o campo de concentração é enfatizada no filme, com a adição de mais janelas para destacar a visão direta do campo a partir da mansão. A atenção aos detalhes, desde os corrimões até a disposição dos quartos, proporciona uma experiência autêntica aos espetadores.
Embora o filme não se concentre explicitamente nos horrores de Auschwitz, elementos como as chaminés do campo e a fumaça são utilizados para acentuar a realidade circundante. A casa e o campo permanecem interligados, ilustrando visualmente a complexidade da narrativa. A Zona de Interesse não apenas apresenta uma história envolvente, mas também utiliza a autenticidade da produção para criar uma experiência cinematográfica impactante e reflexiva.
