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Disney enfrenta dificuldades com "Mufasa: O Rei Leão"

José Oliveira, 21 de janeiro de 2025 08:43
Disney enfrenta dificuldades com "Mufasa: O Rei Leão"

Estreado a 18 de dezembro de 2024 nos cinemas de Portugal, "Mufasa: O Rei Leão" era aguardado como um grande sucesso. Contudo, a Disney não conseguiu corresponder às expetativas dos seus admiradores. A questão que se coloca é se o foco da empresa em redimir vilões está a falhar.

Nos últimos anos, a Disney tem procurado apresentar os vilões sob uma nova luz, mostrando que já foram bons, como visto em filmes como “Maléfica” e “Cruella”. No entanto, "Mufasa: O Rei Leão" não conseguiu replicar essa fórmula. Aliás, "Maléfica 2", que segue a mesma lógica, também não alcançou o esperado sucesso.

Até ao momento, "Mufasa: O Rei Leão" arrecadou cerca de 600 milhões de dólares, um contraste significativo face aos 1,6 mil milhões conseguidos pelo filme de 2019, “Mufasa: O Rei Leão”. Esta diferença acentuada levanta questões sobre a eficácia da estratégia atual da Disney.

A narrativa do filme tenta desvendar a história de Mufasa, mostrando que ele não nasceu na nobreza, mas criou o seu próprio reino através da bondade. Separado dos pais ainda jovem, Mufasa é resgatado por Taka, que o acolhe como irmão adotivo. No entanto, a chegada de leões brancos liderados por Kiros ameaça o equilíbrio, obrigando Mufasa e Taka a procurar refúgio.

Apesar das tentativas de explorar as origens dos personagens, o filme não consegue oferecer um desenvolvimento significativo. Mufasa começa e termina como um leão decente, sem grandes evoluções. Scar, cujo potencial como vilão poderia ser explorado, vê a sua história reduzida a um triângulo amoroso apressado.

Musicalmente, o filme também não impressiona. As músicas, embora compostas por Lin-Manuel Miranda, não conseguem deixar uma marca duradoura. Apenas a canção "I Always Wanted A Brother" se destaca ligeiramente, mas ainda assim, falta-lhe o impacto de sucessos anteriores.

Barry Jenkins, realizador vencedor de um Óscar, consegue trazer momentos de intimidade e lirismo ao filme. Contudo, a tentativa de humanizar os leões através de emoções antropomorfizadas não é suficiente para salvar a produção.

No final, "Mufasa: O Rei Leão" acaba por ser um capítulo que talvez devesse ter permanecido na imaginação, sem conseguir atingir o impacto emocional ou narrativo esperado.