A adaptação televisiva do clássico filme de ficção científica de 1927, Metropolis, em desenvolvimento por Sam Esmail, não irá seguir em frente.
A série de grande orçamento produzida pela Universal Content Productions (UCP) para o serviço Apple TV+, tornou-se em uma das baixas mais notáveis da crescente incerteza em Hollywood, impulsionada pelos atuais conflitos de trabalho e desafios económicos.
O projeto estava a ser preparado na Austrália, mas acaba de ser permanentemente cancelada pela plataforma de streaming. Segundo o Deadline, a equipa foi informada de que o ambicioso projeto não seguirá em frente, cujas filmagens estavam agendadas para começar neste Verão.
"Os custos crescentes e a incerteza relacionada à greve em curso [dos argumentistas] levaram a essa decisão difícil.", afirmou um representante da UCP.
Metropolis estava em limbo nas últimas sete semanas. Os guiões da série não haviam sido finalizados antes do início da greve dos argumentistas que foi iniciada a 2 de Maio, e isso atrasou a definição dos orçamentos e outros elementos-chave da pré-produção.
As filmagens iriam ocorrer no estado de Victoria, onde se esperava a criação de quase 4000 empregos, fazendo uso de uma das maiores infraestruturas de "produção virtual" do mundo. Esperava-se que Metropolis fosse a primeira de várias produções da NBCUniversal (a companhia-mãe da UCP) na região, representando um investimento de 416 milhões dólares australianos (~260 milhões de euros na conversão direta) na economia local.
Metropolis era um projeto pessoal para Sam Esmail, conhecido por ser o criador da premiada série Mr. Robot. Esmail escreveu os guiões, iria assumir o cargo de realizador e ainda servir de produtor executivo em oito episódios.
A série já tinha parcialmente um elenco, com a atriz Briana Middleton (The Tender Bar) contratada no início do ano como a protagonista e Lindy Booth (Dawn of the Dead) escolhida para um papel de destaque.
O filme original de Metropolis contou com a realização de Fritz Lang e um argumento de Thea Von Harbou, usando como base o livro homónimo publicado em 1925 por esta última. A história passa-se num futuro distópico urbano e acompanha as tentativas de Freder, o filho rico do mestre da cidade, e Maria, uma figura santa para os trabalhadores, de superar a grande divisão que separa as classes na sua cidade e unir os trabalhadores a Joh Fredersen, o mestre da cidade.
