Lucasfilm revela próximos Filmes e Séries do universo de Star Wars

O futuro das séries e filmes de Star Wars foi apresentado na última convenção de fãs, Star Wars Celebration (7 de abril), em que a Lucasfilm revelou a visão mais abrangente até o momento dos planos da empresa para a sagrada saga. A chefe do estúdio, Kathleen Kennedy, revelou três novas longas-metragens e as primeiras imagens de quatro próximas séries, deixando claro que a Lucasfilm pretende testar até onde pode estender a galáxia de Star Wars: criativamente, logisticamente e até mesmo historicamente.

Entre a multidão de romances, quadrinhos e videojogos de Star Wars, no entanto, os fãs mais aficionados sabem que toda a história da saga se estende por dezenas de milhares de anos, e a Lucasfilm pretende começar a explorar esse vasto cenário narrativo em live-action, começando por The Acolyte. Anunciada pela primeira vez em 2020, a série Disney+ rompe novas fronteiras em dois aspetos: é ambientada cerca de 100 anos antes dos eventos de A Ameaça Fantasma, e acompanhará a ascensão dos Sith nos últimos dias da Alta República.

Mais tarde, Kennedy revelou que o diretor James Mangold (Indiana Jones e o Marcador do Destino) dirigirá um longa-metragem ambientado impressionantes 25 000 anos antes da Batalha de Yavin, numa história de origem da Força, o singular fio metafísico que une toda a saga. Estes projetos ultrapassam bastante o que o público está acostumado a ver em Star Wars, não apenas em termos de quando são ambientados, mas também em relação ao que se trata: sem Skywalkers, sem Império, focando em personagens que vivem na escuridão e no caos. Para o núcleo de fãs, é extremamente empolgante, cheio de promessas de dar vida a períodos de tempo que só existiam na periferia arcaica da saga.

No entanto, a tensão entre esses impulsos - encantando a base de fãs enquanto envolve um público casual muito mais amplo - expôs algumas rachaduras reveladoras na medida em que Star Wars se pode estender. Para as suas duas primeiras temporadas, The Mandalorian foi uma série de aventura comum, seguindo o crescimento do laço entre o seu silencioso personagem titular e i seu adorável pupilo Grogu enquanto exploravam a galáxia juntos. A terceira temporada de The Mandalorian, no entanto, tem deixado de lado esse relacionamento em prol de se aprofundar na cultura e na religião de Mandalore e na diáspora de guerreiros que lutam para sobreviver após a queda do planeta.

A resposta do público tem sido moderada a abertamente hostil: fãs casuais lamentaram ter que seguir uma mitologia cada vez mais abstrusa (Mythosaurs! Sabres escuros!), enquanto que os fãs hardcore criticaram escolhas narrativas mais populistas, como a contratação de Lizzo, Jack  Black e Christopher Lloyd em papéis de estrelas convidadas que, para alguns, pareceram distrair de uma história maior.

"Estes tipos de reações só se tornarão mais altos e mais confusos à medida que a Lucasfilm continua a expandir a definição do que um projeto de Star Wars pode ser. Skeleton Crew será o primeiro título de Star Wars com um elenco composto quase inteiramente por crianças (juntamente com Jude Law), enquanto Ahsoka retirará amplamente da série animada Clone Wars que primeiro apresentou o seu personagem título (interpretado por Rosario Dawson). Ambos as séries, juntamente com The Mandalorian e The Book of Boba Fett, culminarão num próximo filme dirigido pelo veterano da Lucasfilm Dave Filoni - uma clara tentativa de trazer o modelo de construção de sagas dos Estúdios da Marvel para uma galáxia muito, muito distante.

Isso significa que cada uma dessas séries deve plantar histórias nos outros, é assim que O Livro de Boba Fett acabou por ter dois episódios focados na resolução do enorme cliffhanger da temporada 2 de The Mandalorian. Na sexta-feira, a Lucasfilm sugeriu que o pirata com algas marinhas Gorian Shard da terceira temporada de The Mandalorian pode aparecer em Skeleton Crew, e parece que o final da temporada 3 de The Mandalorian preparará o grande conflito em Ahsoka. Até mesmo Andor - a série que se destacou, com grande aclamação, de todas as outras séries de Star Wars, narrativa e criativamente - não está isento: a líder rebelde Mon Mothma (Genevieve O'Reilly) aparecerá em Ahsoka, definida aproximadamente uma década após sua corrida em Andor.

Todas essas histórias entrelaçadas deixam a sensação geral de que esses não são programas individuais, tanto quanto são todos uma grande série de "Star Wars" com diferentes logótipos anexados. Isso é música para os ouvidos dos executivos da Disney que precisam de uma alimentação constante de conteúdo para manter os assinantes do Disney+ a bordo, mas é uma perspetiva cada vez mais assustadora para quem se dedica a acompanhar tudo.

Enquanto isso, a Lucasfilm também se está a concentrando no futuro literal da saga ao trazer Daisy Ridley de volta para reprisar sua atuação como Rey da trilogia sequencial de filmes, enquanto ela constrói de volta os Jedi enquanto enfrenta uma nova ameaça. O estúdio está a calcular que, apesar da antipatia generalizada por A Ascensão Skywalker, o público está ansioso para seguir a história de Rey em território narrativo inexplorado.

Com a diretora Sharmeen Obaid-Chinoy, a Lucasfilm também está a apostar que a realizadora de documentários e vencedora do Óscar - que nunca dirigiu um longa-metragem Live-Action - seja a cineasta certa para transformar Star Wars num novo horizonte.

"Eu passei a maioria da minha vida a conhecer os heróis reais que estão a superar regimes opressivos e lutando contra probabilidades impossíveis", disse Obaid-Chinoy na sexta-feira. "Eu acho que isso é o coração de Star Wars. E é por isso que estou atraída pela promessa de uma nova ordem Jedi e pela ideia de me imergir numa academia Jedi com um Mestre Jedi poderoso."

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