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Seaspiracy | O documentário que prova que Peixe Sustentável não existe

Diogo Fernandes

Já disponível na Netflix

Seaspiracy: Pesca Insustentável foi um dos documentários que vi recentemente que me fez repensar o meu modo de vida e o impacto que tem nos outros. Neste artigo vou descrever alguns dos pontos chaves que achei ao longo do documentário, no entanto muito mais é falado e discutido, pelo que aconselho a verem.

Ao escrever as novidades que estavam a chegar à Netflix em março de 2021, este foi um dos documentários que quis conhecer, principalmente pela descrição da sinopse, que passo a citar "Apaixonado pela vida nos oceanos, um cineasta pretende documentar o mal que os humanos fazem às espécies marinhas, e descobre uma alarmante conspiração global.".

Um documentário que começa a mostrar um simples rapaz, que como muitos de nós adorava ir ao oceanário ver os golfinhos a saltar a fazer brincadeiras, demonstrou-se a ser muito mais profundo que isto. Numa pesquisa que começa a levar o cineasta a tentar descobrir o que se passava numa cidade do Japão, acaba a transformar-se em 90 minutos de histórias chocantes.

Não me querendo estender muito, vou falar de alguns dos factos mais chocantes demonstrados com alguns dos factos e dados apresentados, neste documentário que já se encontra disponível na Netflix a nível mundial.

Um dos primeiros temas abordados é a morte de golfinhos, que acredito que te deixe a pensar na razão por detrás desta ação, visto que o golfinho é um mamífero que o ser humano não usa para consumo. Bem, segundo o documentário, no Japão, a caça ao golfinho é permitida porque este é principalmente concorrente ao humano no consumo de peixe, e a sua morte é incentivada para que possa existir mais peixe para as pessoas.

A procura pela Pesca Sustentável é um dos temas mais procurados ao longo do documentário, se é que existe algo como pesca sustentável. Em primeiro lugar, a descrição de sustentabilidade de forma simples é, a utilização dos recursos do nosso planeta sem comprometer as gerações futuras.

Agora, relacionando com o tema do artigo, e segundo o Seaspiracy, após a pesquisa realizada não existe tal coisa como "pesca sustentável", justificado pelo facto de quando um barco vai para o mar não se consegue garantir se esse barco cumpre ou não os padrões de qualidade exigidos. E agora, supondo que se pudesse verificar pontualmente as embarcações, seria impossível verificar os milhares de barcos ao redor do mundo que vão à pesca diariamente.

O marketing tem sido um dos maiores motores que tem escondido todas estas conspirações, porque é verdade que nos têm incentivada a ser mais sustentáveis, com campanhas que incentivam a paragem de uso de plástico descartável por este um dos maiores inimigos do oceano. Ora, neste documentário, e segundo os dados mencionados, 46% do plástico presente nos oceanos provém de redes de pesca, o que corresponde a quase 50% de todo o plástico no mar, enquanto que, por exemplo as palhinhas descartáveis apenas representam 0,03% da fatia.

Outros temas que podemos ver abordados falam do peixe acidentalmente apanhado nas embarcações, que muitas vezes volta para o mar já morto, ou a quebra dos direitos humanos, onde pessoas são mortas ou escravizadas durante a pesca, ou ainda a existência de zonas nos cérebros dos peixes que os fazem experienciar dor.

Algo que se nota e achei interessante neste documentário, é que Kip Andersen, produtor e protagonista no documentário ao invés de muitas vezes dar a sua opinião diretamente, tenta mostrar dados e falar com especialistas na área, chegando à conclusão que o caminho para salvar o planeta passa por reduzir ou cortar por completo o consumo de peixe.

Não percam, Seaspiracy: Pesca Insustentável, já disponível na Netflix.