A pré-produção de The Last of Us encontra-se parada devido às greves da WGA e da SAG-AFTRA, mas o argumentista e co-showrunner Craig Mazin continua a receber questões sobre a segunda temporada da tão aguardada série da HBO.
Agora, em entrevista com o The Hollywood Reporter, o cocriador falou sobre os próximos episódios da produção televisiva protagonizada por Pedro Pascal e Bella Ramsey, que acompanhou a história de um sobrevivente endurecido pela pandemia enquanto transporta uma adolescente através de uma América pós-apocalíptica repleta de perigo e destruição.
Mazin começou por confirmar que a Temporada 2 irá receber um aumento de orçamento em comparação com a primeira temporada: "Há sempre um aumento de orçamento, e depois há uma discussão sobre por que razão não é suficiente. Na minha experiência, nunca, mas absolutamente nunca, nem uma única vez, estive numa situação em que pensei, 'O que eu preciso é disto', e eles disseram, 'OK!' Acabamos sempre por chegar a um meio termo, por isso não estou preocupado com isso. Mesmo que exista um debate principal sobre o que é necessário para executar uma segunda temporada, uma terceira temporada, uma quarta temporada, o que eu sempre sei é que eles estão sempre a trabalhar de boa fé e a apreciar o valor criativo da série. Não é uma decisão puramente comercial para eles. Talvez haja pessoas que sejam assim, mas [Casey Bloys e Francesca Orsi, executivos da HBO] não são assim. Eles preocupam-se e querem apoiar-nos."
O primeiro ano de The Last of Us adapta totalmente o videojogo de mesmo nome lançado em 2013 pela Naughty Dog e por Neil Druckmann. E a segunda temporada prepara-se para usar como base a sequela - The Last of Us: Part II - lançada em 2020, um videojogo que desafia ao extremo o lado emocional e físico dos seus personagens. Sobre a possibilidade dos novos episódios criarem reações explosivas ao público, Craig Mazin disse:
"Estou a evitar cuidadosamente confirmar qualquer coisa, mesmo através de uma aceitação passiva de uma pergunta. Qualquer pessoa que tenha jogado o jogo e depois tenha visto a primeira temporada sabe que, por vezes, fazemos exatamente o que aconteceu no jogo e por vezes fazemos algo completamente diferente. Também não fazemos necessariamente as coisas na mesma ordem ou ao mesmo tempo. Na nossa primeira temporada, fizemos repetidamente coisas que foram perturbadoras - toda a gente morreu, exceto o Joel e a Ellie. As pessoas entenderam a ver a série que esta era uma história onde as pessoas não estão seguras (...) Quanto às críticas, às vezes é difícil distinguir entre a emoção porque se importam e a rejeição. Mas nem eu nem o Neil fazemos as coisas tendo isso em mente. Há também momentos durante a temporada em que pensamos que as pessoas provavelmente vão ficar chateadas connosco, mas mais tarde vão perceber. Por exemplo, até veres a Ellie e o Joel fundirem-se adequadamente, muitos espetadores pensavam: 'Ela é irritante.' E eu penso: 'Sim, exatamente! Ela é irritante e tu não gostas dela - tal como o Joel a acha irritante e não gosta dela.' Até que ele o faça, e agora toda a gente mataria por ela, tal como tu sentes no final."
O produtor executivo mencionou quatro temporadas, por isso foi questionado sobre se The Last of Us irá terminar com a quarta temporada. Mazin afirmou o seguinte: "Nunca se sabe. Pode acabar por ser três ou cinco. Mas quatro parece um bom número. Algumas temporadas, devido à história que estamos a contar, vão precisar de menos episódios e algumas vão precisar de mais. A melhor notícia é saber que o público quer mais. Não vamos ceder ao desejo de ter mais só para os deixar mais felizes quando ouvirem quantos episódios são anunciados (...) O que é importante é que quando chegarem ao final da temporada, digam: 'Foi uma boa temporada'."
No enredo de The Last of Us: Part II, uma das personagens principais (para além de Joel e Ellie) é Abby. Sobre se a equipa já encontrou a atriz para desempenhar o papel, o cocriador não ofereceu uma resposta definitiva, mas deu a entender que sim: "A greve parou-nos no caminho. As coisas estavam em andamento. A Abby foi o primeiro papel que quisemos abordar. Temos um histórico bastante bom de fazer grandes anúncios de elenco e as pessoas a dizerem: 'A sério?' o que provavelmente continuará. Portanto, as pessoas podem discordar, mas penso que até agora acertámos e o público parece sentir que acertámos."
No mês passado, Mazin já havia revelado que as greves dos sindicatos em Hollywood podem realmente impactar a data de estreia da segunda temporada. Em maio, Francesca Orsi, a vice-presidente e chefe de drama do canal HBO, havia confirmado que a popular série não deverá regressar até 2025, supondo que a atual greve dos argumentistas não se prolongasse por meses a fio. Se isto continuar, a espera poderá alargar-se ainda mais.
A primeira temporada de The Last of Us está disponível em Portugal na HBO Max.