A Warner Bros. continua de foice empunhada e acaba de arquivar mais um novo filme para fins de dedução fiscal.
De acordo com informações avançadas pelo The Hollywood Reporter, o estúdio já não planeia lançar Coyote vs. Acme, um filme híbrido (live-action e animação) com John Cena (Peacemaker) e Lana Condor (To All the Boys), que concluiu as suas filmagens em 2022.
Uma situação semelhante ocorreu há pouco mais de um ano quando a Warner Bros. chocou a indústria do entretenimento ao cancelar o filme da DC, Batgirl, com um orçamento de 90 milhões de dólares, e a animação infantil, Scoob! Holiday Haunt, como prejuízos fiscais.
Esses filmes, assim como Coyote vs. Acme, de 30 milhões de dólares, foram aprovados pela antiga administração, liderada por Jason Kilar, e destinavam-se a um lançamento direto no serviço HBO Max. O seu sucessor e atual presidente da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, reposicionou as prioridades do estúdio de volta para as estreias no cinema e sentiu que este filme não se enquadrava na nova direção criativa da empresa. A decisão também surge após Bill Damaschke assumir o comando da Warner Animation Group no início deste ano.
"Com o relançamento da Warner Bros. Pictures Animation em junho, o estúdio alterou a sua estratégia global para focar-se nas estreias cinematográficas.", afirmou um porta-voz do Warner Bros. Motion Picture Group num comunicado. "Com esta nova direção, tomámos a difícil decisão de não avançar com «Coyote vs. Acme». Temos um enorme respeito pelos realizadores, elenco e equipa técnica, e estamos gratos pelas suas contribuições para o filme."
Coyote vs. Acme foi realizado por Dave Green (Teenage Mutant Ninja Turtles: Out of the Shadows) e produzido pelo copresidente da DC Studios, James Gunn (Guardians of the Galaxy), que também trabalhou na história, inspirada nos personagens dos Looney Tunes. O projeto foi anunciado em 2020 e estava agendado para chegar à plataforma HBO Max no dia 21 de julho de 2023 antes de ser retirado completamente do calendário e substituído por Barbie de Greta Gerwig.
Sobre a decisão do estúdio em cancelar a longa-metragem, Green escreveu no seu Twitter: "Durante três anos, tive a sorte de fazer um filme sobre o Wile E. Coyote, o personagem mais persistente, apaixonado e resiliente de todos os tempos. Estive rodeado por uma equipa brilhante, que dedicou as suas almas a este projeto durante anos. Todos estávamos determinados a honrar os legados destas personagens históricas. Ao longo da jornada, fomos acolhidos por audiências de teste que nos recompensaram com pontuações fantásticas. Estou para lá de orgulhoso do produto final e para lá de devastado com a decisão da Warner Bros. Mas, no espírito do Wile E. Coyote, a resiliência e a persistência ganham o dia."
Assim como na empresa-mãe, a nova gestão na Warner Bros. Pictures Animation tem-se concentrado no desenvolvimento de filmes para o grande ecrã e, a partir de 2026, pretende lançar dois filmes de animação nos cinemas por ano. O grupo está atualmente a trabalhar em filmes animados baseados nas obras clássicas do Dr. Seuss, The Cat in the Hat e Oh, the Places You'll Go!.