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CEO da Netflix comenta a possível substituição de Realizadores por Inteligência Artificial

Tiago Silva, 2 de abril de 2024 00:29
CEO da Netflix comenta a possível substituição de Realizadores por Inteligência Artificial

Ted Sarandos, o CEO da Netflix, pronunciou-se recentemente sobre o lugar da Inteligência Artificial (IA) em Hollywood. (via FoxBusiness)

O executivo discutiu o tema controverso durante o podcast Literally! with Rob Lowe, onde chamou à IA uma "ferramenta de criadores, não uma ferramenta criativa".

O entrevistador Rob Lowe aponta que, após as greves dos argumentistas e atores do ano passado, onde a IA foi um ponto importante de discussão, a conversa está longe de terminar, ao que Sarandos respondeu: "Provavelmente, com razão."

"Acho que os cineastas que aprenderem a usar estas ferramentas melhor do que todos os outros vão ganhar... não as empresas que criam, mas as pessoas que criam", disse Sarandos, enfatizando que não acredita que a IA irá substituir realizadores humanos, porque "é possível que a IA possa replicar ou imitar essas coisas, mas há algo sobre a autenticidade e a realidade da experiência humana que as pessoas reconhecem, e elas também conseguem perceber quando algo não é autêntico."

Usando o exemplo de Squid Game, Sarandos explicou que a autenticidade e a especificidade da série coreana são o que o tornaram um sucesso global. A produção televisiva continua a ser a mais vista de todos os tempos na plataforma. Isso, argumenta Sarandos, não é algo que a Inteligência Artificial será capaz de replicar: "Acho que as pessoas vão tentar usar IA para atalhos da experiência humana, e a verdade é que não há atalhos para a experiência humana. Não seria bom para o negócio ter filmes e série feitas por IA. A relação com essa programação, com essas histórias, não será intensa, não será pessoal, não o fará chorar à noite."

Embora pareça que todos estão a falar de IA neste momento, Sarandos e muitos dos seus colegas executivos de estúdio têm permanecido bastante calados sobre o assunto até agora, especialmente quando se tornou uma das principais preocupações dos sindicatos de Hollywood.

A IA tornou-se um tema quente em Hollywood no ano passado, quando tanto o Sindicato de Argumentistas (WGA) como o Sindicato de Atores (SAG-AFTRA) se encontraram em desacordo com os estúdios sobre o tema. Ambos os sindicatos insistiram em disposições nos seus contratos de cinema e televisão para proteger os membros contra o uso de IA, o que foi um dos vários obstáculos que acabariam por provocar duas greves simultâneas que durou mais de 100 dias.